Jornalismo Policial é a área que se dedica a cobrir fatos criminais, judiciais, a segurança pública, entre outros, e é diferente do Investigativo. Com isso em mente, Márcia Christofoli conduz um debate, no episódio desta semana do 'Fala, Mercado', sobre tudo o que envolve esse pilar jornalístico. Participam da conversa no programa de Coletiva.tv a repórter do Diário Gaúcho e de Zero Hora Letícia Mendes e o jornalista, escritor e cineasta Renato Dornelles.

A conversa começa com Renato recordando quando fazia a faculdade de Jornalismo, o pensamento que tinha na época, há 40 anos, era que a única área que não trabalharia seria a editoria de polícia. "Mas aconteceu. Comecei a trabalhar na rádio Gaúcha e apareceu uma vaga no setor em Zero Hora. Fiz o teste, fui contratado e nunca mais saí", contou.

Letícia comenta que sua história é semelhante à de Renato, e complementou que nunca foi uma escolha, mas que o Jornalismo Policial é que a escolheu. "Logo que me formei, comecei a trabalhar como correspondente do Grupo RBS, no Vale do Taquari, e lá cobria todas as áreas. Naquele momento ainda não tinha definido o que queria fazer, mas, ao longo do tempo, fui para o Gazeta do Sul e por lá me especializei na editoria", disse.

Renato revelou que, durante 15 anos na profissão, sentiu-se "muito tranquilo", pois "parecia que tinha uma ética", e o profissional entrava em todos os lugares sem temer qualquer represália, então acreditava que havia uma segurança. "Para mim, o divisor de águas foi a morte do Tim Lopes. Ali eu vi que matam repórter, pois assam um jornalista da Globo. E aqui no Rio Grande do Sul o crime ficou muito mais violento", recordou.

Letícia lembrou de um caso em que ambos os comunicadores trabalhavam, sobre um delator de uma facção que estava no programa de proteção à testemunha e entrou em contato com os repórteres. "Na época, ele nos procurou por e-mail informando que queria falar sobre a delação. Tentei telefonar e não fui atendida, quando mandei uma mensagem, ele me ligou e falou quem era. Foi aí que o Renato entrou nessa história", falou. O jornalista complementou dizendo que eles foram instruídos pelo juiz a não a matéria por questão de segurança.

Confira o episódio:

Renato Dornelles

Jornalista, escritor, roteirista, produtor e sócio-diretor da editora Falange Produções. Renato é formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e trabalhou por 33 anos no Grupo RBS. O profissional já foi repórter, editor, colunista, apresentador, comentarista e âncora. Trabalhou grande parte do tempo com assuntos ligados à segurança pública, tendo conquistado cerca de 40 prêmios de Jornalismo.

Pós-graduado em especialização em Cinema e Linguagem Audiovisual pela Universidade Estácio de Sá. No Cinema, co-dirigiu e roteirizou o premiado longa-metragem 'Central - O Poder das Facções no Maior Presídio do Brasil', realizado em 2016, e 'Olha Pra Elas', lançado em 2023. Foi roteirista também da série documental de TV 'Retratos do Cárcere' e do curta-metragem 'O Poder entre as Grades', dirigido por Tatiana Sager. É autor também do romance 'A Cor da Esperança', lançado em 2019, e, ao lado de Tatiana, do livro 'Paz nas Prisões Guerra nas Ruas', lançado em 2021.

Letícia Mendes

Atua nos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, no site GZH e na Rádio Gaúcha, do Grupo RBS, em Porto Alegre. Dedica-se especialmente a reportagens que envolvem temas como violência urbana, violência doméstica e direitos humanos. No ano de 2019, foi uma das finalistas do Prêmio Gabo na categoria de texto, com a reportagem "O assassino mora ao lado". Em um levantamento  produzido para o Caderno Doc de ZH traçou o perfil de 62 vítimas de feminicídio no Rio Grande do Sul em 2018. 

Em 2023, produziu a reportagem 'A Luta de Dona Cida', na qual retoma os 10 anos da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central, por meio do olhar de uma das mães que perdeu o filho no incêndio. Junto do repórter Cid Martins, produziu o podcast 'Tragédia em Santa Maria - uma dor que não a', publicado em GZH. No mesmo ano, apresentou no Congresso Internacional de Jornalismo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) a reportagem 'Desprotegidas', na qual mapeou as falhas que levaram 21 mulheres a serem vítimas de feminicídio no Rio Grande do Sul, mesmo tendo medida protetiva. É também escritora, dramaturga e roteirista de audiovisual.

Você também pode assistir aos episódios dos programas 'Construindo Marcas', 'Fala, Mercado', 'Memórias Comunicação' e '(Re)contar', de Coletiva.tv, em BBPlay (on-demand), POA Streaming TV (nas redes sociais), pelo canal Markket (692 da ClaroTV e 611 da Vivo) e pela MasperTV (575 da TV aberta pela nova parabólica digital).