BERGOGLIO FOI UM HUMANISTA? qv1h
Quando muita gente que se diz de esquerda fica enaltecendo publicamente a vida e a obra de Francisco Bergoglio (Papa Francisco) é bom discutir se ele merece realmente ser lembrado como um grande humanista.
Bergoglio apenas seguiu a velha tradição da Igreja Católica de conviver em harmonia com os donos do poder, mesmo que eles sejam gente da pior espécie política.
Em 1929, o Papa Achille Ratti (Pio XI - 1857/1939) assinou o Tratado de Latrão, que ao mesmo tempo que garantia a existência do estado independente do Vaticano, reconheceu o governo fascista de Benito Mussolini.
O papa seguinte, Eugênio Pacelli - (Pio XII (1876/1958), embora alertado mais de uma vez sobre os crimes do sistema nazista na Alemanha, se recusou a condená-lo. Durante a Guerra Civil Espanhola a alta hierarquia da Igreja na Espanha ficou ao lado de Franco e ele preferiu o silêncio.
O papa polaco Karol Wojtyla (João Paulo II -1920/2005) foi figura chave no processo de desmantelamento da URSS comandado pelos Estados Unidos.
Já o papa Jorge Mario Bergóglio (Francisco - 1936/2025) teve contra si várias denúncias de aproximação demasiada com o ditador Jorge Rafael Videla quando arcebispo de Buenos Aires e de não ter defendido como devia os padres de esquerda presos pelo regime militar argentino. Já como Papa, na área da política internacional, apesar de se solidarizar com os palestinos, nunca condenou formalmente o governo sionista, racista e colonialista de Israel pelo genocídio em Gaza, como também nunca condenou os Estados Unidos pelo criminoso bloqueio de Cuba.
Finalmente na área dos direitos humanos, é bom lembrar, que apesar de pedir respeito aos homossexuais, sempre condenou sua prática, talvez até por saber que ela é comum nas instituições católicas ( ver livro No Armário do Vaticano : Poder, Hipocrisia e Homossexualidade de Frédéric Martel). Também o aborto, a chamada barriga de aluguel e as cirurgias de troca de sexo, foram condenadas por ele. Além disso negou mais de uma vez a possibilidade das mulheres serem ministras da Igreja Católica.
Portanto é difícil considerar que Francisco Bergoglio tenha sido um humanista, apesar de não seguir, porque os tempos são outros, a linha reacionária em termos políticos e humanos de Pio XII e João Paulo II.