O Twitter e o seu uso na política

Por Alessandra Fedeski, para Coletiva.net

Crédito: Arquivo pessoal

Exceto pelo boom da estreia, acredito que esse seja o momento de mais visibilidade para o Twitter, após a aquisição da rede social pelo bilionário Elon Musk. Com esse novo momento, questões como a presença e o uso da rede social entre políticos e pessoas ligadas de forma mais direta a eles retomam a uma posição de paradoxo. 

O Twitter mantém entre a classe política, usuários ativos e com participação desproporcional ao número de eleitores brasileiros que lá estão. O que contraria, na prática, a máxima de que políticos buscam, sem parâmetros, inserir-se e comunicar tão somente entre grupos onde a presença do eleitorado é em número elevado, ou ao menos, útil em uma eleição.

Utilizado por parte influente dos políticos, que, em diversos momentos, não delegam a tarefa da postagem para terceiros, a rede social está longe de ser a mais difundida. Em cenário brasileiro, o tempo médio gasto dentro da rede social é maior quando comparado com outras de destaque. O mesmo não acontece em relação ao número de usuários ativos, com o Twitter figurando longe das primeiras posições. 

A adesão dos políticos gera essa dinâmica de comunicação e, até mesmo de proximidade, diferenciada para o Twitter, conferindo a este um caráter rotineiro em termos de conteúdo, ainda que muito pouco utilizado por quem está "no outro lado do balcão", ou seja, o eleitor. No entanto, o uso desenfreado da mídia acaba por fornecer material para uso da oposição político-partidária e dos profissionais do marketing político. Em ano eleitoral, os "tweets" ganham maior relevância, podendo fortalecer bases especulativas sobre determinados assuntos, levantando polêmicas desnecessárias e criando desafetos nos mais variados contextos, na rede social e, especialmente, fora dela. 

No entanto, a permanência do Twitter entre as redes sociais usadas por políticos mostra-se firme, com as mais diversas posturas sendo visualizadas na plataforma. Se isso é fator de preocupação, cabe uma autoavaliação individual com perspectivas voltadas aos objetivos a serem alcançados no processo eleitoral de outubro.

Alessandra Fedeski é jornalista pós-graduada em marketing político.

Comments